A importância de ser mais empreendedor na advocacia
A importância de ser mais empreendedor na advocacia
Desde que comecei a estudar sobre empreendedorismo virei uma entusiasta do tema e acredito que, ao contrário do que muitos colegas advogados ainda pensam, a advocacia deve ser vista como um negócio. Assim, a advocacia tradicional, baseada nos velhos paradigmas de que o advogado deve apenas se preocupar em ser estritamente técnico e ser muito bom na área em que atua está ultrapassada e fadada ao insucesso diante das novas exigências do mundo moderno.
A Advocacia deve ser vista como um negócio
Sendo a advocacia um negócio, e por negócio não estou me referindo somente a escritórios de advocacia em si, mas a forma como a própria carreira deve ser encarada pelo advogado, só conseguirá destaque quem se conscientizar de que advogar vai muito além de p.ex., saber o bom processo civil, fazer um excelente memorando ou ser fera em audiências. Para se destacar é preciso mais. É preciso ter visão de futuro, ser criativo, enxergar oportunidades de novos nichos e não ter medo de inovar-se e reinventar-se diante das mudanças do mercado.
Para isso, uma boa dose de empreendedorismo, de estudo do próprio negócio, do desenvolvimento de atitudes empreendedoras, planejamento e muito mais, é fundamental. Eu sei, parece muito. E realmente, para quem só estudou teoria e leis na faculdade, o desafio é bem grande! Mas nada é impossível.
O ensino jurídico no Brasil é o mesmo do século XIX
Infelizmente as faculdades de direito formam apenas advogados, mas não nos preparam para o mercado. Por vivermos num país onde o costume é a busca da estabilidade financeira por meio do serviço público, as nossas faculdades de direito não incluem em sua grade curricular matérias voltadas ao desenvolvimento de um perfil empreendedor do estudante de direito. Saímos da faculdade sabendo apenas o direito, mas não temos a menor noção de como abrir o nosso próprio escritório, muito menos de liderança e gestão de pessoas, planejamento de carreira, marketing jurídico, marketing digital (para quem está na faculdade hoje em dia), networking e relacionamento com clientes.
Os poucos advogados que desenvolvem esse perfil buscam esse aprendizado por conta própria, fazendo cursos voltados a empreendedorismo ou, os mais ligados com a nova tendência de mercado, conseguem obter tudo isso de forma mais tranquila e rápida contratando uma consultoria especializada em gestão e planejamento estratégico para escritórios de advocacia.
O advogado que desenvolve um perfil empreendedor é aquele que ascende na carreira
Vejo cada vez mais, que num mercado tão concorrido como o da advocacia, desenvolver um perfil empreendedor é um “must”! O mercado já está saturado de profissionais que fazem o mesmo tipo de advocacia “sem sal”, sem se preocupar em inovar e trazer grandes resultados que agreguem valor não só ao cliente, mas à sociedade e ao mundo jurídico em geral.
Empreender é algo que requer muita motivação, energia, persistência, resiliência e busca por resultados. Não é fácil, eu já aviso. Mas, ainda que não se tenha um perfil nato de empreendedor, esse comportamento pode ser desenvolvido por meio de uma mudança de atitude. Contudo, é preciso paciência e persistência, pois mudar a visão a respeito de determinado assunto, redirecionar ações e repensar conceitos leva algum tempo até que gerem resultados práticos.
“Se você não tem uma visão de futuro, está condenado a viver eternamente a repetição de seu passado.” A.R. Bernard
E aí, qual é o seu comportamento com relação à sua advocacia? Você tem uma visão empreendedora ou ainda se vê preso e engessado aos velhos paradigmas que aprendeu na faculdade?
Lisandra Thomé – Consultora Sênior na Advoco Brasil
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